segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


Bento XVI renuncia ao cargo no dia 28 de fevereiro. Eis o texto:




Caríssimos Irmãos,
convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus.

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Foto da semana.

pomba-papa
Domingo, 27 de janeiro de 2013: Um retrato da Igreja, sempre perseguida. O Papa soltou algumas pombas de sua janela após fazer uma oração pelas vítimas do Holocausto. As aves saíram voando, mas logo depois uma gaivota tentou atacá-las, e praticamente encurralou a menor delas contra uma janela. A pomba conseguiu escapar, segundo o jornal “New York Daily News”. As pombas do Papa já foram destaque em outra ocasião. Fonte: G1.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mesas de Comunhão destruídas.



De um ponto de vista autenticamente católico, o recurso arquitetônico antigo, para a salvação das almas, deveria voltar”. Sobre a Comunhão de pé, Comunhão na mão e outros erros monumentais.
Grace Kelly (Princesa Grace de Mônaco recebendo a Sagrada Comunhão da maneira católica).
 Grace Kelly (Princesa Grace de Mônaco recebendo a Sagrada Comunhão da maneira católica).
Há alguns anos, o Papa Bento XVI decretou que todas as pessoas que comungassem com ele deveriam se ajoelhar e receber a Sagrada Comunhão sobre a língua. Esta prática era a norma universal antes do Concílio Vaticano II, porém, foi amplamente rejeitada pela maioria dos bispos após o Concílio. A presente opção ou permissão de receber a Sagrada Comunhão de pé e na mão tem contribuído bastante para a crise de fé e a perda do sentido do sagrado. O Papa agora está tentando reverter essa tendência chamando os católicos de volta a um sentido forte de sua própria identidade.
Pe. Regis Scanlon, OFM, disse uma vez que "a doutrina da Presença Real de Jesus Cristo na Eucaristia é uma daquelas verdades maravilhosas pelas quais o Cristianismo resplandece como uma religião de mistérios que excede muitíssimo a capacidade da mente humana. A Igreja Católica definiu o dogma da Presença Real ao afirmar que Jesus Cristo está presente inteiramente sob as aparências de pão e vinho após as palavras de consagração na Eucaristia."1
A recepção da Sagrada Comunhão na Missa sempre foi um momento de tremenda reverência, tradicionalmente precedida pelo soar de sinos, incenso e silêncio. Infelizmente, existem muitos católicos que não acreditam mais na Presença Real. Sem dúvida, isso se deve à diminuição – e em alguns casos, a exclusão – desses e de muitos outros símbolos e sinais de adoração. Um símbolo de adoração que foi eliminado é o recurso arquitetônico chamado Mesa de Comunhão.
A Mesa de Comunhão (também chamada de comungatório) foi introduzida nas igrejas católicas no século IX. Sua finalidade era separar o santuário do restante da igreja e separar aqueles cuja função é realizar a ação sacramental dos que formam a congregação da celebração – uma separação que foi sempre considerada como essencial para a constituição da Igreja. Essa separação estava relacionada à compreensão antiga do sacerdote como o intermediário designado entre Deus e as pessoas. O comungatório tornou-se mais conhecido como mesa de Comunhão na Idade Média, quando os fiéis começaram a receber a Comunhão de joelhos de maneira mais generalizada. Esse desenvolvimento orgânico se deu a partir de um sentido de reverência e humildade mais premente com relação à Eucaristia.

Até mesmo o Santo Padre Pio recebia a Comunhão de joelhos e sobre a língua. Será que ele não era


Para aqueles que não estão familiarizados com a mesa de Comunhão – e, sem dúvida, muitos hoje em dia nunca a usaram –, é um recurso arquitetônico que separa o santuário do corpo da igreja e, geralmente, é feito de mármore ou algum outro material precioso. Um pano branco e limpo de linho fino, que, geralmente, ficava preso no lado do comungatório que dava para o santuário geralmente era estendido ao longo da mesa de comunhão antes da distribuição da Sagrada Comunhão; sua finalidade era atuar como um tipo de corporal para receber quaisquer partículas que por acaso pudessem cair das mãos do sacerdote. O comungante então pegava o tecido com ambas as mãos e o segurava sob o queixo. Há evidências que sugerem que algo na natureza de um corporal era usado mesmo nos primeiros dias do cristianismo. Em épocas mais modernas, um acólito desempenhava a mesma função segurando uma patena sob o queixo de cada comungante.

No momento da Comunhão podemos quase visualizar o comungatório como uma mesa comprida, que existe ao longo e em frente do Altar do Sacrifício – uma mesa onde o povo de Deus pode partilhar do banquete de Nosso Senhor como se estivesse presente em sua Última Ceia; uma mesa onde, ao mesmo tempo, podemos estar presentes ao sacrifício incruento da Paixão de Nosso Senhor, como se estivéssemos verdadeiramente ajoelhados diante de Nosso Senhor no Calvário, prontos para recebê-Lo e participar em seu Sacrifício. Que incrível!
Compare isso com as rubricas de hoje que permitem que se fique de pé para a Comunhão. O que percebemos? No momento da Comunhão, o comungante toma a hóstia do padre com as suas próprias mãos – como se quisesse negar ou minimizar a consagração das mãos do sacerdote ocorrida na ordenação.

Deus nos perdoe!


Muitos comungantes hoje em dia saem da frente da igreja sem mesmo reconhecer, fazendo uma inclinação, que ele ou ela recebeu algo – ou Alguém – sagrado. Nenhuma precaução é tomada para garantir que partículas do Corpo e Sangue de Nosso Senhor não se percam. Absolutamente escandaloso! E ainda assim é isso que muitos de nossos peritos litúrgicos e bispos permitem e até mesmo promovem hoje em dia. É como se a Missa fosse um pouco mais do que uma reunião social ou um local para reunir alguns amigos.
Infelizmente, a decisão de retirar as mesas de Comunhão veio pouco tempo depois do Concilio Vaticano II e parece ter sido uma iniciativa tomada em nível local para introduzir mudanças arquitetônicas que foram consideradas necessárias para implementar as reformas litúrgicas do Concílio. Enquanto algumas igrejas deixaram as mesas de Comunhão intactas, em grande parte, elas caíram em desuso e, em geral, as construções de novas igrejas não as inclui.
Teóricos litúrgicos alegavam, juntamente com o chamado do Vaticano II a uma “participação plena e ativa de todas as pessoas" na liturgia, que a mesa de Comunhão separava a atividade do clero da passividade dos leigos a quem eles incorretamente acreditavam estivessem excluídos da celebração. Daí, a retirada das mesas de Comunhão foi considerada necessária, a fim de formar um espaço integrado ou unificado que retiraria o enfoque do padre e o redistribuiria igualmente a cada membro da assembleia. Isso significa, incidentalmente, que, embora a Igreja continue acreditando que os acólitos conduzam à produção de vocações sacerdotais, as meninas agora deveriam ser incluídas dentre suas fileiras, uma vez que qualquer forma de discriminação pode ser vista como divisão.
Sem essa "abertura para cima e para frente", para Deus, o Sacrifício da Missa se torna um pouco mais do que uma refeição comum, em que também é importante que nós "nos autocomunguemos" ao receber o Corpo e o Sangue de Cristo na Sagrada Comunhão, usando as nossas mãos. Isso é especialmente verdadeiro sempre que – como frequentemente ocorre – um membro do laicato toma as Hóstias do sacrário e as dá ao sacerdote e a outros membros do laicato para distribuição. Dizem-nos que isso ajuda a "despertar no cristão um sentido de dignidade pessoal."4 Como um testamento adicional a esta “dignidade” igualitária também se torna necessário ficar de pé ao receber a Sagrada Comunhão, o que, por as vez, elimina qualquer motivo adicional para conservar a mesa de comunhão. Muitos se lembrarão como a prática de ficar de pé para a Sagrada Comunhão foi rigorosa e arbitrariamente imposta após o Vaticano II até que se tornasse uniformemente arraigada no laicato.Entretanto, neste ponto, tudo que é essencial para a fé católica na Missa começa a se deteriorar. Por exemplo, o sacerdote não é mais visto como um intermediário, mas sim como o “presidente" que agora deve "se voltar" para as pessoas, ao invés de se voltarem para a cruz de Cristo 2 – como acontecia com a Missa em Latim. O Papa Bento XVI, alega em seu livro, O Espírito da Liturgia, que "o sacerdote que se volta para a comunidade forma, juntamente com ela, um círculo fechado em si. A sua forma deixou de ser aberta para cima e para frente; ela encerra-se em si própria."3
Com quanta frequência escutamos desde o Vaticano II que a “genuflexão não combina com a nossa cultura ... Não é certo que um homem crescido faça isso... ele deve olhar para Deus de pé". Ou novamente: "Não é apropriado que um homem redimido – ele foi liberto por Cristo e não precisa se ajoelhar nunca mais." Entretanto, é muita presunção agir como se já tivéssemos recebido a nossa recompensa celeste antes que a tenhamos efetivamente recebido. Embora muitos na Igreja neguem que o orgulho esteja envolvido neste caso, creio que este seja o “pecado da presunção" elevando a sua horrorosa cabeça. São Paulo (Fil 2; 12) nos diz que devemos trabalhar a nossa salvação em temor e tremor.
O Papa Bento disse que "a genuflexão dos cristãos não é uma forma de inculturação em costumes existentes. Muito pelo contrário, trata-se de uma expressão da cultura cristã, que transforma esta cultura através de um conhecimento e experiência de Deus novos e mais profundos." 5
Ajoelhar-se advém do conhecimento de Deus. Como o Papa nos lembra, "a palavraproskynein sozinha ocorre cinquenta e nove vezes no Novo Testamento, vinte e quatro das quais estão no Apocalipse, o livro da liturgia celeste, que é apresentado à Igreja como o padrão para a sua liturgia." 6
O Papa Bento dá um exemplo de como a genuflexão, prática essa que nos anos recentes, como o Sinal da Cruz, está caindo em desuso dentro da Igreja. Em seu livro O Espírito da Liturgia, o Papa fala de uma "história que provêm dos ditos dos Padres do Deserto, de acordo com a qual o demônio foi compelido por Deus a mostrar-se a um certo Abba Apollo. Ele tinha a aparência enegrecida e feia, com membros magros e assustadores, porém, o que mais chamava a atenção era que ele não tinha joelhos. A incapacidade de ajoelhar-se é vista como a própria essência do diabólico." 7

Como ousam!


Não se trata de um capricho da imaginação sugerir que, ao menos, teoricamente, aqueles que abandonaram a genuflexão durante a recepção da Sagrada Comunhão tenham efetivamente abandonado a Bíblia – porque se alguém não se ajoelha perante o Senhor, quando é que essa pessoa se ajoelha? O Santo Padre assinala também que "o homem que aprende a crer, aprende também a se ajoelhar, e uma fé ou uma liturgia não mais familiarizada com a genuflexão estaria doente em seu núcleo." 8
Em sua carta pastoral sobre a reverência eucarística, Dom John Keating de Arlington, Virginia, escreve: "Nenhuma postura corporal expressa de maneira tão clara a reverência interior da alma perante Deus quanto o ato de genuflectir. Reciprocamente, a postura de genuflectir reforça e aprofunda a atitude de reverência da alma." 10Embora os teóricos litúrgicos,designers e consultores modernos afirmem que a sua nova teologia reflete a mente da Igreja, não há documento eclesiástico algum contra a mesa de Comunhão ou algum documento que sancione a sua retirada das igrejas. O que o Vaticano disse é que "Quando os fiéis comungam de joelhos, nenhum outro sinal de reverência diante do Santíssimo Sacramento é obrigatório, uma vez que o próprio genuflectir é um sinal de adoração. Quando eles recebem a comunhão de pé, é altamente recomendado que, vindo em procissão, eles devam fazer um sinal de reverência antes de receber o Santíssimo Sacramento." 9
Portanto, ajoelhar-se é a postura máxima de adoração, submissão e entrega. Na Igreja Católica fazemos genuflexão e nos ajoelhamos para indicar, através de um gesto corporal, uma submissão total de nossas mentes e corações à verdadeira Presença de Cristo. Trata-se de uma manifestação exterior da reverência inspirada por Sua Presença. A mesa de Comunhão é a divisória que separa o santuário da assembléia. Na medida em que ela nos permite visualizar essa distância que separa o céu e a terra, Criador e criatura, é um recurso arquitetônico que nos ajuda a superar o orgulho humano, permitindo que nos aproximemos e recebamos Cristo na Eucaristia com a disposição e reverência próprias. Em um sentido adicional – na medida em que a noiva e o noivo são consagrados no santuário --, a mesa de comunhão também pode ser vista como um reforço visual poderoso do sacramento do Matrimônio.
A remoção das mesas de Comunhão causou grande dor a muitos na Igreja. Ela desorientou muitas pessoas, que, com justa razão – especialmente à luz da perda recente e avassaladora da fé na Eucaristia como Presença Real – temiam que o próprio cerne da fé católica fosse comprometido. Uma vez que a Missa culmina na administração da Comunhão, a mesa de comunhão deveria ser vista como era – como um auxílio para a fé da mais alta importância para os fiéis. De um ponto de vista autenticamente católico, o recurso arquitetônico antigo, para a salvação das almas, deveria voltar.
Notas:
1. Padre Regis Scanlon, O.F.M., Capítulo "Piedade Eucarística: Uma Forte Recomendação" (Theotokos, o boletim do Clube Católico da Aurária).
2 Ou, mais precisamente, o Oriente. Para citar o Monsenhor Klaus Gamber: "O que na Igreja primitiva e durante a Idade Média determinou a posição do altar foi que ele estava virado para o Oriente. Para citar Santo Augustinho, "Quando nos levantamos para rezar, nos voltamos para o Oriente, onde começa o Céu. E fazemos isso não porque Deus esteja lá, como se Ele tivesse se distanciado de outras direções na terra..., mas sim para nos ajudar a lembrar a voltar nossas mentes em direção a uma ordem superior, ou seja, para Deus". Klaus Gamber, A Reforma da Liturgia Romana, Una Voce Press, Califórnia, 1993, p.80 no capítulo, "Missa Versus Populum".
3. Cardeal Joseph Ratzinger, O Espírito da Liturgia (San Francisco: Ignatius Press, 2000), p. 80. (doravante citado como O Espírito da Liturgia ).
4. Comunicação Interna da Conferência Canadense de Bispos Católicos, 23 de março de 1970.
5. O Espírito da Liturgia. p. 185.
6. Ibid.
7. Ibid., p. 193.
8. Ibid., p. 194.
9. Eucharisticum Mysteriumis, 1967.
10. Carta Pastoral sobre a Reverencia Eucarística, 4 de dezembro de 1988.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Bênção da Coroa do Advento

A bênção da Coroa do Advento, bem como o ato de acender a vela de cada domingo, acontecem após o ato penitencial da Santa Missa.


I Domingo

Comentarista:
Vemos hoje, no Presbitério, a Coroa do Advento. Trata-se de um simples arranjo de ornamentos verdes e velas que nos recorda o significado deste sagrado tempo que agora iniciamos.
A Coroa do Advento teve sua origem entre os pagãos do norte da Europa, que preparavam uma roda de carroça, enfeitada com ramos e luzes, para agradar a um deus pagão, o deus do sol, que se escondia durante as longas noites do inverno do norte europeu.
Os cristãos, também no inverno, no mês de dezembro, celebravam o Natal. Assim, adotaram o mesmo costume dos pagãos, mudando-Ihe porém, completamente, o significado. Para eles, a Coroa do Advento lembra a preparação para o Natal, festa da luz e da vida, quando veio ao nosso mundo o Cristo, Sol que não tem ocaso. Colocavam, então, na Coroa, quatro velas, representando os quatro domingos do Advento. A cada domingo uma vela a mais ia sendo acesa, recordando a luz de Cristo que se aproxima com o seu santo nascimento.
Esta luz vem chegando aos poucos: primeiro, na promessa do Salvador, depois, no anúncio dos profetas, na escolha da Virgem Maria e, finalmente, no nascimento do Cristo Senhor, Deus-Conosco, Emanuel.
A Coroa circular, sem início e sem fim recorda a eternidade do Filho de Deus Pai que vai nascer no tempo. O verde simboliza a vida e a esperança. As velas recordam a luz do Senhor, cada vez mais próximo, até fazer-se Sol nascente que nos vem visitar no Natal.
Agora o sacerdote irá abençoar nossa Cora e, em seguida, acender a primeira vela. É a luz de Cristo que já começa a despontar; que ela brilhe em nosso coração!

Celebrante:
V. O nosso auxílio está no nome do Senhor.
R. Que fez o céu e a terra.

Senhor nosso Deus, sois o doador de toda bênção
e a fonte de todo dom perfeito.
Abençoai + esta Coroa em honra do Advento do Cristo, vosso Filho,
e dai-nos esperar solícitos a sua vinda.
Que ele, ao chegar, nos encontre vigilantes na oração
e proclamando o seu louvor.
Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor.

O sacerdote asperge com água benta a Coroa e acende a primeira vela. Enquanto acende, pode dizer:

A vós, meu Deus, elevo a minha alma.
Confio em vós, que eu não seja envergonhado!
Não se riam de mim meus inimigos,
pois não será desiludido quem em vós espera (SI 24,1.3)


II Domingo

Comentarista:
Eis que vem o Desejado das Nações, e toda a terra se encherá de sua luz! Mais uma vela brilhará hoje em nossa Coroa. Aproxima-se mais o Natal, celebração do nascimento do Cristo segundo a carne Ele é a luz do alto, o Sol nascente que nos vem visitar. Preparemos os nossos caminhos!

Sacerdote:
Ó Deus onipotente,
ao acendermos mais esta vela em honra do Advento do vosso Cristo,
dai ao vosso povo esperar vigilante a sua chegada,
para que, instruídos pelo próprio Salvador,
corramos ao seu encontro com nossas lâmpadas acesas.
Por Cristo, nosso Senhor.

Já estando uma vela acesa, o sacerdote acende a segunda vela. Enquanto o faz, pode dizer:

Povo de Sião, o Senhor vem para salvar as nações!
E na alegria do vosso coração,
soará majestosa a sua voz (Is 30,19.30)


III Domingo

Comentarista:
Celebremos mais um domingo do Advento e acendamos mais uma vela da nossa Coroa. Assim reconheceremos que o Senhor está mais próximo de nós. Recordemos que a luz destas velas deve afugentar as trevas do pecado em nossas vidas e conduzir-nos a uma conversão total. Deste modo, estaremos prontos para celebrar o nascimento dAquele que é luz para iluminar as nações e guia de nossos passos no caminho da paz.

Sacerdote:
Ao acendermos esta vela,
concedei-nos, ó Deus todo-poderoso,
que desponte em nossos corações o esplendor da vossa Glória,
para que, vencidas as trevas do pecado,
a vinda do vosso Unigênito revele que somos filhos da luz.
Por Cristo, nosso Senhor.

Já estando acesas as duas velas, o sacerdote acende a terceira. Enquanto o faz, pode dizer:

Alegrai-vos sempre no Senhor.
De novo eu vos digo: alegrai-vos!
O Senhor está perto! (FI 4,4.5)


IV Domingo

Comentarista:
Ainda uma última vez acenderemos uma vela da Coroa do Advento. O Senhor agora está mais próximo. Neste Quarto Domingo toda a Coroa será iluminada!
O Senhor Jesus vem ao nosso encontro. Mas ele não vem sozinho: é nos braços da Virgem Mãe que iremos encontrá-lo. Olhemos para ela e saberemos como se cumpre a vontade do Pai, como se recebe Cristo Jesus e como poderemos colocar nossa vida a serviço dos irmãos! Celebremos com alegria o Natal próximo, recordando as palavras do Apóstolo: “Aproximai-vos do Senhor e sereis iluminados e não haverá sombra em vossas faces!”

Sacerdote:

Acendendo esta vela, nós vos pedimos, ó Deus,
que a luz da vossa graça sempre nos preceda e acompanhe
para que, esperando ansiosamente
a vinda dAquele que a Virgem concebeu,
possamos obter a vossa ajuda nesta vida e na outra.
Por Cristo, nosso Senhor.

Já estando acesas as três velas, o sacerdote acende a quarta. Enquanto o faz, pode dizer:

Céus, deixai cair o orvalho; nuvens, chovei o Justo;
abra-se a terra e brote o Salvador! (Is 45,8).

Orientação para o Tempo do Advento


A voz do meu Amado! Vejam: vem correndo pelos montes, saltitando nas colinas! (Ct 2,8) Tu vens, tu vens! Eu já escuto os teus sinais! A voz do Anjo sussurrou no meu ouvido
- eu não duvido, já escuto teus sinais: que tu virias numa manhã de Domingo. Eu te anuncio dos sinos das catedrais.

(Alceu Valença

1. O significadoTempo tipicamente latino, surgido no século. IV.
Tempo de alegre expectativa: a Igreja celebra, no memorial litúrgico, a espera da humanidade e do povo de Israel pelo Salvador desejado pelo coração humano e prometido por Deus a Israel. Na Gália era um tempo penitencial, sobretudo à espera do Cristo-Juiz: roxo, penitência e ausência de flores. Liturgicamente, o Advento liga-se de modo natural aos últimos domingos do Tempo Comum, de sabor marcadamente escatológico, insistindo sobre a consumação e plenitude de todas as coisas com a Vinda do Senhor.


2. Sua articulaçãoNa liturgia atual, o Advento divide-se em duas partes bem distintas:
A primeira é formada pelos dois primeiros domingos e, continuando os últimos domingos do Tempo Comum, colocam a ênfase no Cristo que vem no final dos tempos. A Vinda de Jesus no Natal, deve recordar que é preciso tomar posição diante do Cristo: ele virá e nele o mundo está julgado!
A segunda parte é a Semana Santa do Natal (dias 17 a 24 de dezembro). É um período de riquíssima espiritualidade e intensos sentimentos: é preparação imediata para o Santo Natal. Marca deste período são as Antífonas Ó!


3. Personagens principaisIsaías, Maria Virgem, José, João Batista;
Também Zacarias e Isabel, Simeão e Ana e todos os anawim (= os pobres de Iahweh)


4. Atitudes próprias do Advento· a vigilância na fé, na oração, na busca de reconhecer o Cristo que vem nos acontecimentos e nos irmãos;
· a conversão, procurando consertar nossos caminhos e andar nos caminhos do Senhor, para seguir a Jesus para o Reino do Pai;
· o testemunho da alegria que Jesus nos traz, através de uma caridade paciente e carinhosa para com os outros;
· a pobreza interior, de um coração disponível para Deus, como Maria, José, João Batista, Zacarias, Isabel;
· a alegria, na feliz expectativa do Cristo que vem e na invencível certeza de que ele não falhará.


5. Peculiaridades litúrgicas1. a cor roxa, recordando a sobriedade de quem vigia e espera ansioso;
2. as flores na Igreja são usadas com moderação, também como sinal de expectativa;
3. não se canta o «Glória» na Missa, na expectativa feliz de cantá-lo na Noite Santa do Natal do Senhor.
Obs: Não é correto o uso do róseo, a não ser no terceiro domingo do Advento. O uso do róseo em todos os dias ou domingos desse tempo é um abuso, já que não é aprovado pela Santa Sé.


6. Sugestões pastoraisO “Natal em Família”
A leitura e meditação do Livro do Profeta Isaías
A Coroa do Advento e o Presépio
A valorização das Antífonas Ó
O incremento de uma autêntica espiritualidade Mariana (mais que o Mês de Maio, o Advento é o tempo mariano por excelência)!
A Celebração da Reconciliação sacramental (se possível com um momento comunitário)
O cuidado na decoração do espaço celebrativo: sobriedade e, a partir da Semana Santa do Natal, a ornamentação da Coroa e a armação do Presépio sem o Menino (colocado na Missa do Galo)
Toda a liturgia do Advento deve criar um clima de tensão alegre e ansiosa pela vinda do Senhor, deve desenvolver nos fiéis uma profunda nostalgia de Deus como Presença, Companhia, Aconchego, Intimidade, Salvação e Plenitude. Somente quem alarga o coração pelo desejo, pode exultar pelo Dom desejado e depois recebido.


7. Observações práticasI. A Coroa do Advento:
a) Deve ser abençoada na missa principal do primeiro domingo. Veja o Rito
b) Cada vela deveria ser acesa seguindo-se um rito próprio.
c) Deve ser toda verde, sendo ornamentada com bolas, flores e luzes somente a partir do dia 17 de dezembro.
d) Permanece na igreja (presbitério), na Missa de Natal --> (junto do presépio) até a Festa do Batismo do Senhor, quando retiram-se os ornamentos de Natal.

II. O presépio: a) Deve ser armado no dia 17 de dezembro, início da Semana Santa do Natal;
b) O menino Jesus somente deve ser colocado na Missa do Galo
c) Deve ser desarmado somente após a Festa do Batismo do Senhor

III. As Antífonas Ó:
a) É recomendável cantá-las ao Aleluia do Evangelho da Missa de cada dia de 17 a 24
b) Pode-se colocá-las ao lado do Presépio, ladeada por velas, sobre uma estante, como um livro, do dia 17 de dezembro até o Batismo do Senhor


IV. As kalendas:
a) São entoadas após o Ato Penitencial e antes do Glória da Missa do Galo.
b) Para facilitar, entoa-se com tom salmódico. A letra encontra-se no Diretório Litúrgico da CNBB.
c) O modo de calcular a data da lua é o seguinte: subtrai-se 25- (dia da lua nova de dezembro) e anuncia-se o dia em número ordinal (por exemplo: “25o. da lua”).




Visão Cristã

Quando montar a Árvore de Natal e o Presépio?



"Após as I Vésperas do I Domingo do Advento é a hora de montar a árvore de Natal, colocar a guirlanda na porta, armar o presépio, e mudar o capacho da frente de casa por um tapete com decoração natalina." (Rafael Vitola Brodbeck).

A árvore não deve ser montada toda de uma vez: o ideal é acrescentar enfeites e adereços aos poucos, durante as quatro semanas do Advento, que é, para nós católicos, tempo de preparação. 

“Durante o Natal, no Hemisfério Norte, todas as árvores perdem as folhas, com exceção do pinheiro. Por isso, a árvore se tornou símbolo da vida, celebrada no Natal com o nascimento do menino Jesus.” 

A preparação da árvore deve ser intensificada durante a última semana que antecede o Natal. “Até 16 de dezembro, tudo ainda é muito sóbrio, mesmo nas leituras feitas nas Missas do advento. É só a partir do dia 17 de dezembro que a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus, e se inicia um momento de maior expectativa. Esse é o momento, portanto, de intensificar a decoração da árvore.” 

A montagem do presépio, também tradicional em tempos de Natal, deve seguir a mesma linha da preparação da árvore de natal. “Aos poucos, pode-se começar a montar a gruta, colocar os animais e os pastores, mas a Virgem Maria, São José e o menino Jesus devem fazer parte do presépio apenas mais próximo da noite do Natal.” 

O presépio, enquanto “encenação”, foi uma invenção de São Francisco de Assis para lembrar a simplicidade e as dificuldades enfrentadas pela Virgem Maria e São José no nascimento de Jesus. A orientação para quem pretende seguir a tradição católica é não sofisticar os presépios com luzes e enfeites. 

“Costumamos dizer sempre também que é muito importante envolver as crianças na montagem dos presépios, e o ideal seria que eles fossem feitos nas próprias casas, pelas crianças, para que eles percebam o real sentido do natal.” 


Hora de desmontar 

Tradicionalmente, o dia de desmontar a árvore de Natal, o presépio e toda a decoração natalina é 6 de janeiro, o Dia de Reis. “É nesse dia que três magos, pessoas sábias, encontram o menino Jesus e ele é então revelado a todas as nações. Termina então o tempo de Natal, o tempo de expectativa, e começa o Tempo Comum para a Igreja.” 



Advento 

Um dos grandes símbolos do Natal para a Igreja é a coroa do Advento. Formada com ramos verdes e em formato de círculo, a coroa simboliza a unidade e a perfeição, sem começo e sem fim. “A coroa representa o nascimento do rei. Em cada um dos quatro domingos do advento uma vela é acesa. Com a proximidade do nascimento de Jesus, a luz se torna mais intensa, e é o Natal enquanto festa da luz que celebramos.”

terça-feira, 23 de outubro de 2012

O fanon papal está de volta!



Hoje, na praça de São Pedro, durante o ato supremo e solene da canonização de sete novos santos, Bento XVI, assistido pelos cardeais diáconos, usou o fanon pela primeira vez em seu pontificado. O fanon é uma espécie de pequena capa de ombros, como uma dupla murça (mozeta) ou camalha de seda branca com listras douradas.
O fanon, insígnia litúrgica papal, é reservado somente ao Papa durante as Missas Papais, representa o escudo da fé que protege a Igreja Católica, personificada no papa. Só o pontífice máximo pode usar o fanon, pois ele é o chefe visível da Igreja de Cristo.
As faixas verticais, de cor dourada, representam a unidade e a indissolubilidade da Igreja latina e oriental.
Nas celebrações solenes -como a hodierna- na qual o papa desenvolve um ato supremo do seu próprio ministério petrino, a unidade da Igreja Católica (Igreja do Oriente e do Ocidente) e a autoridade de Chefe exercida pelo papa por instituição divina são manifestadas também pelo uso da língua latina, a língua oficial da Igreja, e também pelo grego a língua da Igreja no Oriente, como feito hoje para a proclamação do Evangelho pelo diácono grego.
Creio que a última vez que este apareceu foi com o Papa João Paulo II, quando da celebração de uma missa na década de 1980. Nesta data também, o então sumo pontífice endossou uma bela casula vermelha e dourada, no tempo de seu antigo mestre de cerimônias Mons. John Magee. Depois daquela data nunca mais foi usado.
* * *
Hoje, o fanon apareceu sobre a casula gótica creme, confeccionada para a visita do papa a Veneza.
A cadeira de Pio IX foi usada no lugar da habitual sédia do pontífice. Sobre o trono foi posto, como de costume, uma espécie de toldo, porém hoje este estava revestido de um tecido vermelho e lembrava o antigo baldaquino das missas papais.