"O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens." (Santo Tomás de Aquino)
quarta-feira, 30 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
É no Espírito!
A Igreja conclui o Tempo Pascal com a solenidade de Pentecostes: o Espírito Santo é o fruto da paixão morte e ressurreição do Senhor Jesus. Ele morreu entregando na cruz o Espírito e, no mesmo Espírito, foi ressuscitado pelo Pai. Agora, plenificado por esse Espírito, derramou-o e derrama-o sobre a Igreja e sobre toda a criação. Eis alguns aspectos da ação do Espírito:
(1) Por ser Espírito do Cristo, ele nos une ao Senhor Jesus, dando-nos a sua própria vida, como a cabeça dá vida ao corpo e o tronco dá vida aos ramos. É no Espírito que Cristo habita realmente em nós desde o nosso batismo, e faz crescer sua presença em nós em cada eucaristia, quando comungamos o corpo e o sangue daquele Senhor, que é pleno do Espírito. Só no Espírito podemos dizer que Cristo permanece em nós e nós permanecemos nele; só no Espírito podemos dizer que já não somos nós que vivemos, mas Cristo vive em nós, com seus sentimentos, suas atitudes e sua entrega ao Pai. Por isso, somente no Santo Espírito nossa vida pode ser vida em Cristo, vida de santidade.
(2) O Espírito, além de agir em cada cristão, age na Comunidade como um todo, edificando a Igreja, fazendo-a sempre corpo de Cristo. Ele vivifica a Igreja com a vida do Ressuscitado, incorporando sempre nela novos membros, fazendo-a crescer mais na plenitude de Cristo. Depois, ele suscita incontáveis ministérios, carismas e dons, desde os mais simples, como até aqueles mais vistosos ou mais estáveis, como os ministérios ordenados: os Bispos, padres e diáconos. É o Espírito que mantém esta variedade em harmonia e unidade, para que tudo e todos contribuam para a edificação do corpo de Cristo, que é a Igreja. Assim, é no Espírito que surge e ressurge sempre a vida religiosa, com tantos carismas diferentes, é no Espírito que os mártires testemunham Cristo até a morte, é no Espírito que se exerce a caridade, se visita os enfermos, se consola os sofredores, se aconselha, se socorre os pobres, se prega o Evangelho... enfim, é no Espírito que a Igreja vive, cresce e respira!
(3) É no Espírito que os santos sacramentos são celebrados com eficácia, pois que o Espírito é a própria energia, a própria graça, a própria força de vida e ressurreição que o Cristo recebe do Pai e derrama sobre a Igreja. Sendo assim, é no Espírito que a Igreja é continuamente edificada e renovada, até a vida eterna.
(4) É no Espírito que os cristãos podem rezar, proclamando do fundo do coração que Jesus é Senhor e que Deus é nosso Pai de verdade. Somente porque temos o Espírito recebido no batismo é que somos realmente filhos de Deus, já que recebemos o Espírito do Filho que clama em nós “Abbá” – Pai. O Espírito une a nossa oração à oração de Jesus, dando-lhe valor e eficácia e colocando-nos na vida da própria Trindade Santa. Sem o Espírito, não poderíamos chamar a Deus de Pai, sem o Espírito nossa oração não seria a de Jesus e nosso louvor, nossa adoração e nossa intercessão não estariam unidas e inseridas na própria união de Jesus com o Pai.
(5) É o Espírito quem recorda sempre à Igreja a verdade do Evangelho, conduzindo-a sempre mais adiante no conhecimento de Cristo. Por isso, assistida pelo Espírito da Verdade, a Igreja jamais pode errar na sua profissão de fé; jamais pode afastar-se da verdade católica que recebeu dos apóstolos. Assim, somente no Espírito é que cremos com fé certa na fé da Igreja!
(6) É ainda no Espírito que a Igreja, ansiosa, olha para a frente, para o futuro e, inquieta, clama que o Esposo venha logo para consumar todas as coisas. Por isso, na força do Espírito, a Igreja deverá ser sempre fiel a cada época, sem saudosismos nem medos, construindo com humildade o Reino de Deus, até que venha o seu Esposo e leve tudo à consumação. É no Espírito que os cristãos devem viver como profetas do Reino que está por vir, denunciando com doçura e vigor tudo quanto se oponha à manifestação desse Reino. No Espírito, a Igreja anunciará sempre o Evangelho, superando todo medo de falar de modo novo a constante e imutável verdade do Evangelho, que interpela, transforma e converte o coração.
(7) Mas, o Espírito não está restrito à Igreja. Ele enche, impregna e renova o universo e toda a humanidade. Onde menos esperamos, onde ainda não chegamos, lá já podemos encontrar a ação do Espírito do Senhor, que cai cristificando toda a humanidade e todas as coisas.
(8) É o Espírito que vai, com força e discrição, guiando a história humana para a plenitude de Cristo, e isto por mais que, tantas vezes, o mundo pareça perdido e sem rumo, em meio a guerras, injustiças, hipocrisias, violências, tristezas e mortes. Cabe aos cristãos, saberem discernir e interpretar os sinais dos tempos, que o Santo Espírito faz brotar por toda parte, tendo ouvidos para ouvir o que o ele diz à Igreja.
(9) Finalmente, é no Espírito, que um dia, no Dia de Cristo, quando ele, nossa vida, aparecer em glória, tudo será glorificado, a história será passada a limpo, a criação inteira será transfigurada, o pecado será destruído para sempre, a morte será vencida e nossos corpos mortais ressuscitarão, transfigurados como o corpo do Cristo Jesus ressuscitado. Então, plena do Espírito, toda criação será plenamente corpo de Cristo. O Ressuscitado será Cabeça dessa nova criação e entregará tudo ao Pai, para que o Pai, pelo Filho, no Espírito, seja tudo em todas as coisas.
É esta a nossa esperança, a nossa certeza e a plenitude da nossa salvação. É esta realidade estupenda que se iniciou com o dom do Espírito, celebrado no Santo Pentecostes.
Dom Henrique Soares
PENTECOSTES
Neste Domingo, a Igreja encerra o tempo pascal com a Solenidade de Pentecostes, que faz memorial do dom do Espírito Santo feito pelo Cristo ressuscitado à Sua Igreja.
Cremos com firme certeza que Cristo ressuscitou, isto é, atravessou o mar da Morte e entrou na glória e na plenitude de Deus, Seu Pai. Cremos que Ele está totalmente transfigurado, plenificado, glorificado, da própria vida divina, tanto no Seu corpo quanto na Sua alma humana. Ele, feito totalmente humano como nós, agora Se encontra totalmente divinizado na Sua humanidade. Com toda convicção, cremos que essa ressurreição e transfiguração do nosso Jesus foram realizadas pelo Pai, que derramou sobre Ele o Espírito Santo. Esse Espírito Santo é principio de vida divina, de divina energia e de dinamismo do próprio Deus. Assim, como o fogo pode impregnar e transfigurar uma barra de ferro, deixando-a totalmente reluzente, também o Santo Espírito impregnou a transfigurou a humanidade de Jesus, de modo que ela agora é plena, totalmente desabrochada, plenamente glorificada! Aquilo que, para nós, ainda é desejo e sonho - vida eterna, felicidade sem limites, vigor pleno, vitória sobre nossas mazelas, realização do nosso coração carente – para o Senhor Jesus é uma eterna e resplendente realidade. Tudo isso o Pai realizou nele ao ressuscitá-Lo no Espírito Santo.
Cheio desse Espírito, o Senhor Jesus O derramou sobre nós. Os apóstolos experimentaram a ação potente e transformadora desse Espírito de Jesus já na mesma tarde da Páscoa, quando o Ressuscitado soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo!” Depois, em Pentecostes, novamente experimentaram a ação do Espírito, como força do Ressuscitado que os impelia para a missão de anunciar Jesus. Nós também, confiados na promessa de Cristo, acreditamos e sabemos e experimentamos que tal ação do Espírito não se restringiu aos Apóstolos ou aos primeiros cristãos. O dom do Espírito é feito a todos os discípulos do Cristo através de sete sacramentos que o Senhor entregou à Sua Igreja. Em cada um deles, o cristão faz uma experiência viva e real do Espírito do Senhor, que nos une ao Cristo, vai nos transfigurando Nele e nos dá acesso a Deus, nosso Pai. Assim, a vida cristã é um misterioso dinamismo de união real com Cristo no Espírito, até sermos totalmente impregnados da vida Daquele que por nós morreu e ressuscitou. Os cristãos são homens e mulheres que devem ser impregnados e conduzidos pelo Espírito. Não somos simples admiradores de Jesus ou Seus “seguidores”. Somos aqueles impregnados realmente pela Vida que faz Jesus viver, isto é, pelo Espírito de Jesus. Ou isso, ou não somos cristãos de modo algum! A relação entre o Senhor Jesus e os cristãos não é simplesmente de um sentimento, mas há algo de concreto, misterioso, sacramental: nós Nele e Ele em nós, nós membros de Seu corpo e Ele nossa Cabeça, nós somos os ramos, Ele é a Videira verdadeira!
Nós cremos, conforme as promessas do Senhor, que o Seu Espírito impregna toda a vida da Igreja, de um modo profundo, visceral, tantas e tantas vezes imperceptível... É pelo Espírito do Ressuscitado que a Igreja é Santa, porque santificada por Ele; por Ele ela permanecerá viva até o fim dos tempos, por Ele não trairá nunca a fé apostólica recebida uma vez para sempre, por Ele também essa doutrina não fica presa de modo esclerosado a um passado, mas vai sempre progredindo e aprofundando a compreensão do mistério de Cristo nas várias mudanças dos tempos. Também por obra e presença desse Espírito, os cristãos experimentam Jesus como alguém vivo, os cristãos “veem” Jesus na Sua Palavra, nos sacramentos, na vida da Comunidade dos discípulos, nos acontecimentos e circunstâncias da vida e do mundo. Essa experiência faz com que os cristãos interpretem as realidades do mundo de modo diferente dos não-cristãos. Jesus afirmou claramente que nós haveríamos de vê-Lo novamente e o mundo não mais O veria. Isso não é brincadeira! Nós fazemos sim essa experiência incrível: fazemos a experiência real e profunda do Senhor Jesus vivo e a nós presente na potência do Seu Espírito Santo. Eis a inspiração para o nosso modo de pensar e agir... Claro que o mundo não poderá nos compreender, porque não tem essa experiência fundamental que condiciona o nosso modo de ser e viver...
Daqui derivam as diferenças de opções – às vezes clamorosas – entre a Igreja e o mundo. E quanto mais o mundo fechar-se numa razão autossuficiente e imanentista, tanto mais essas diferenças vão aparecer de modo exasperado, até, às vezes, à contraposição e ao conflito. Jamais poderemos impor a ninguém nossa experiência e devemos sempre respeitar as convicções dos outros, que não creem como nós, mas, doutra parte, jamais poderemos negar ou esconder aquilo que para sempre transfigurou nosso coração e mudou nossa vida. É que a ação desse Espírito, além de nos fazer testemunhar Jesus sem medo, enche-nos de um vigor e um consolo tais, que espantam toda dúvida e infundem em nós a mais doce e profunda e suave certeza. Na força do Espírito é que os mártires de ontem e de hoje deram a vida para testemunhar seu Senhor! Eis, alguns dos frutos do Espírito do Ressuscitado... Eis o Espírito Santo, Vida da nossa vida, esse ilustre Desconhecido...
Dom Henrique Soares
quinta-feira, 17 de maio de 2012
O uso do véu foi proibido pelo Concílio Vaticano II ?
Antigamente, todas as mulheres utilizavam véus na Santa Missa. Era obrigatório que, ao menos no momento de receber a Sagrada Comunhão, as moças, senhoras e meninas estivessem com a cabeça coberta. Após o Concílio Vaticano II, a Igreja entendeu por bem retirar a obrigatoriedade do piedoso uso do véu. Contudo, o fato de não ser obrigatório não quer dizer que está proibido. Muitas mulheres ao redor do mundo mantiveram este belo costume.
O uso do véu tem, inclusive, motivação bíblica!
Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada.
Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu.
Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem. Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus. Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?(I Cor 11, 4-13)
No Brasil, é tradicional que as mulheres solteiras utilizem véu branco e as senhoras casadas, ou com mais idade e que não pretendem mais casar-se utilizam o véu preto, mas também podem utilizar o bege. Acredito que há outras opções, como o cinza.
Há quem diga que o véu é um sinal machista, mas essa opinião é, no mínimo, absurda. A Igreja sempre cobriu com véus tudo o que é sagrado. Um bom exemplo? Os Sacrários! As, mulheres, como sacrários vivos que somos, estaríamos prestando uma honra grandiosa a Nosso Senhor se, humildemente cobríssem a cabeça. Além disso, estariam imitando a Virgem Santíssima! Querem coisa melhor?
Acreditem ou não, o piedoso uso do véu(que também pode ser um sacramental como por exemplo medalhinhas, o escapulário, etc.) também nos ajuda a assistir a Santa Missa com uma maior devoção. Ficamos mais centradas, olhando menos para os lados.
Gostou da idéia? Providencie o seu véu!
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