Insígnias Episcopais
As
insígnias episcopais compreendem objetos que simbolizam o
poder, a jurisdição, a prudência, o amor e a fidelidade do bispo à Igreja e
àqueles que lhe foram confiados. São insígnias pontificais: mitra, báculo,
anel, cruz peitoral e pálio (CB 57). Normalmente todos os bispos
têm direito ao uso dos 4 primeiros (estes também são concedidos aos abades,
como falaremos em outra ocasião). O pálio, feito com lã de ovelhas
oferecidas ao Papa no dia de Santa Inês, 21 de Janeiro, é concedido aos
arcebispos e patriarcas pelo Romano Pontífice. Tal cerimônia se dá no dia 29 de
Junho na basílica de São Pedro, na solenidade de São Pedro e São Paulo (ver fa
última foto). O anel e a cruz devem ser sempre usadas, mesmo quando não se
usa batina.
A mitra, segundo o cerimonial
dos bispos, é usada “quando está sentado;
quando faz a homilia; quando faz as saudações, as alocuções e os avisos;quando
abençoa solenemente o povo; quando executa gestos sacramentais; quando vai nas procissões.”
O Bispo não usa a mitra: “nas preces introdutórias; nas orações; na
Oração Universal; na Oração Eucarística; durante a leitura do Evangelho; nos
hinos, quando estes são cantados de pé; nas procissões em que se leva o
Santíssimo Sacramento ou as relíquias da Santa Cruz do Senhor; diante do
Santíssimo Sacramento exposto.”
O Bispo pode não usar a mitra quando tiver que tirá-la em seguida, ou
quando deslocar-se em uma distância pequena e logo na sequência tenha que
tirá-la. À esquerda uma mitra ornada com o brasão do papa João Paulo II bordado
às ínfulas (faixas na parte trazeira). (CB 60)
O báculo é
usado apenas no território de jurisdição do bispo ou fora dele com
consentimento do ordinário do lugar. O bispo usa o báculo, com a curva voltada
para frente, “na procissão, para ouvir a leitura do Evangelho e fazer
a homilia, para receber os votos, as promessas ou a profissão de fé; e
finalmente para abençoar as pessoas, salvo se tiver de fazer a imposição das
mãos.”
Um bispo porta visivelmente o báculo, além da mitra
e da cruz em cordão verde. Aparentemente, o anel na mão direita é beijado por
uma senhora.
O Papa
usa, no lugar do báculo, a férula que é uma espécie de cruz ástil, sem o crucificado.
Atualmente Bento XVI usa uma férula dourada, anteriormente usada por João
XXIII. Nas fotos abaixo os papas João XIII e Bento XVI porta a férula à mão
esquerda.
A cruz peitoral é usada sobre todas as vestes,
exceto a casula, pluvial e a dalmática. (CB 61) Todavia, por especial
concessão, o bispo pode usar a cruz sobre a casula. O cordão que
sustenta a cruz, em ocasiões litúrgicas (com vestes corais ou
paramentos) é verde-dourado (CB 63) para os bispos e arcebispos, vermelho-dourado para os
cardeais (CB 1205 c) e dourado para o Papa. Nas fotos vemos o papa João Paulo
II, um bispo e um cardeal com seus respectivos cordões.
Em ocasiões não liturgicas, a cruz peitoral é usada em cordão dourado simples (CB 1204), como a foto do papa Bento XVI, embora não seja proibido os bispos usarem o cordão simples durante as ações litúrgicas (exeto nas vestes corais, onde o cordão verde-ouro é obrigatório). Os arcebispos podem usar a cruz de dupla aste, como Dom Orani na foto.
O pálio, no rito romano
ordinário, é usado pelos arcebispos somente sobre a casula, não sobre o pluvial
ou outro paramento, tampouco sobre as vestes corais. O arcebispo o usa apenas
dentro do seu território de jurisdição, o que engloba a arquidiocese e as
dioceses sufragâneas; na missa em que o recebe e nas demais celebrações pontifícias em que concelebre. (CB 62)
Na primeira foto, acima, temos o Papa usando seu pálio com cruzes
vermelhas (as dos arcebispos são negras) e os cravos. Na outra foto o papa
concedendo o pálio a um arcebispo.
Como podemos observar, as insígnias
episcopais carregam grande significado teológico, além de possuírem regras
próprias de uso, grande parte delas definidas no Caereminiale Episcoporum
(Cerimonial dos Bispos). É, pois, lamentável que tais regras sejam
descumpridas, pondo a perder todo o bem pastoral que proporciona o uso correto
de tão preciosos símbolos, que destacam a ação pastoral do bispo como
Sumo-Sacerdote da Igreja de Deus. De igual maneira, belas inígnias usadas de
maneira correta, tornam a liturgia mais bela e mais evangelizadora. Os bispos
podem ainda usar dalmática, cáligas e luvas pontificais, o que será tratado em
postagem própria.
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